quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sobre o anarquismo na atualidade

A revista Veja desta semana publicou uma interessante reportagem sobre o movimento anarquista no século XXI.
Não se faz mais do anarquismo a idéia da ideologia criada na segunda metade do século XIX para resolver os problemas da classe social vítima de exploração. Hoje o anarquismo é tido como um estilo de vida a ser adotado por qualquer pessoa pertencente a qualquer classe.
Atualmente, para ser anarquista, basta ter disposição para protestar - e parece mesmo que o anarquismo tenha se resumido a se fazer protestos. Não é nem mesmo necessário reivindicar de forma egoísta ou em defesa de alguma classe a que se pertença, pode-se assumir causas alheias pelo simples gosto de reclamar. O importante é se vestir de negro, possuir pedras nas mãos e gritar contra os policiais - a razão disso menos importa.
O anarquista de hoje é um tolo sem objetivo algum, cujo único desejo é ver o circo a pegar fogo. O anarquismo, hoje, não é mais um meio para a transformação social, e sim para a promoção da bagunça e da desordem, para a expressão da "paixão pela destruição", que nada mais tem de criativa.

..........................................................................................................................

"Os anarquistas não têm reivindicações próprias. Eles pegam carona em causas alheias. (...) Para os anarquistas, as questões que levaram gregos, italianos e ingleses às ruas são bobagens sem importância. Eles se aproveitam dos ingênuos para promover a quebradeira."

"Os valentes são playboyzinhos mimados que vivem de mesadas de seus pais milionários, alguns ícones da contracultura, seja lá o que isso for. Ou seja, nas ruas incendiadas, são os únicos sem nada a perder. Um dos vândalos identificados em Londres é o filho de David Gilmour, milionário guitarrista da pré-histórica banda de rock Pink Floyd. O valentão chama-se Charlie e foi fotografado paramentado todo de negro, atirando paralelepípedos na direção dos policiais. Um idiota sem causa."


O filho de David Gilmour

..........................................................................................................................

Riquinhos sem causa revivem a anarquia

Os mais agressivos grupos radicais que incendeiam as ruas da Europa são integrados por vândalos que vivem de mesada de pais milionários.

Em meio à multidão de milhares de manisfestantes, rapazes vestidos de preto e com a cabeça e o rosto cobertos por capuzes, balaclavas ou capacetes caminham dispersos, tentando manter-se incógnitos. A atitude muda quando encontram um alvo: um cordão de isolamento policial, uma vitrine ou uma agência bancária. Então eles se agrupam e, aramados com porretes, pedras e garrafas de coquetel molotov, quebram, incendeiam e agridem. Quando a polícia reage, os vânadalos voltam a se misturar à massa de gente que protesta pacificamente, na esperança de, com isso, provocar um tumulto e incitar outros manifestantes a entrar no confronto. É a tática do 'black bloc' (bloco negro, em inglês), cujo uso se intensificou nos protestos de rua que dominaram a Europa neste ano. Quase sempre, a minoria violenta é formada por anarquistas - que, de seus análogos do início do século XX, imitam os métodos violentos e o ódio ao capitalismo e ao estado.
Estima-se em 245 o número de grupos anarquistas na Europa. Só nas últimas duas semanas, essas gangues, que se organizam pela internet e cruzam fronteiras para participar das pancadarias, causaram tumulto em três países no intervalo de seis dias: Inglaterra, no dia 9, Itália, na terça-feira 14, e Grécia, no dia seguinte. Ao todo, 200 pessoas ficaram feridas. Os anarquistas não têm reivindicações próprias. Eles pegam carona em causas alheias. Em Atenas, 23 000 protestaram contra a aprovação de um pacote de austeridade fiscal, necessário para que a Grécia continue recebendo o socorro financeiro da União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, que salvaram o país da falência, no início do ano. No dia anterior, em Roma, a manifestação de 50000 pessoas pedia a deposição do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. O chefe de governo italiano, acusado de abuso de poder e envolvido em escândalos sexuais, acabou vencendo por apenas três deputados, o voto de confiança no Parlamento e permanecerá no cargo. Em Londres, 50000 estudantes se reuniram contra o aumento do custo do ensino universitário. Para os anarquistas, as questões que levaram gregos, italianos e ingleses às ruas são bobagens sem importância. Eles se aproveitam dos ingênuos para promover a quebradeira. São os principais suspeitos de atacar o carro do prícipe Charles, em Londres.
Mas quem são esses formidáveis e destemidos guerreiros urbanos? Errou quem pensou no sal da terra, em indivíduos miseráveis revoltados e embrutecidos pela infrutífera luta pela vida nas metrópoles hostis e indiferentes... Nada disso. Os valentes são playboyzinhos mimados que vivem de mesadas de seus pais milionários, alguns ícones da contracultura, seja lá o que isso for. Ou seja, nas ruas incendiadas, são os únicos sem nada a perder. Um dos vândalos identificados em Londres é o filho de David Gilmour, milionário guitarrista da pré-histórica banda de rock Pink Floyd. O valentão chama-se Charlie e foi fotografado paramentado todo de negro, atirando paralelepípedos na direção dos policiais. Um idiota sem causa.
"Invadam Atenas, Londres e Roma!" A frase pichada nos muros da capital grega demonstra que há mais em comum entre os acontecimentos recentes nas três cidades do que a tática do 'black bloc'. Os anarquistas de cada país não agem isoladamente. Na semana passada, a Scotland Yard divulgou a foto de catorze suspeitos de participar dos distúrbios, entre os quais cidadãos argentinos, alemães, italianos e letões. Eles repetem um fenômeno ocorrido entre 1999 e 2001, no auge dos protestos antiglobalização que transformaram as cidades-sede de cada encontro de chefes de estado em campos de batalha. Já naquela ocasião, eram anarquistas os responsáveis por incitar a violência policial. O anarquista russo Mikhail Bakunin (1814-1876) escreveu: "A paixão pela destruição é também uma paixão criativa". Por isso, o anarquismo sempre foi avesso ao jogo político tradicional. O que vale é a ação direta, violenta, nas ruas. Em 1909, anarquistas espanhóis aproveitaram protestos populares contra o recrutamento militar para incendiar igrejas e executar padres, provocando uma reação violenta do Exército que resultou em 150 mortos. O episódio ficou conhecido como Semana Trágica. Cem anos depois, a tática está de volta. "Vamos atacar de novo em janeiro", disse à Veja um mebro do grupo anarquista Whitechapel, da Inglaterra, que se identifica como Alex McLure. É o inverno dos anarquistas de butique. Pena que não existam mais tropas de choque como antigamente.

2 comentários:

  1. Oi , li os comentários e posso lhe dizer que nem sempre o comportamento dos policiais é de harmonia e paz . Onde eu moro a polícia sempre chega depois do conflito , o que já não tem mais importância pois ela tem de estar la para evitar algo e não para visar algum ferido no conflito .
    Eu penso que anarquia só é anarquia quando protestada em causas ( aumento do salário de políticos e tantos outras desigualdades do mesmo tipo ) , caso contrário eu julgo como bagunça . Mas como voga o texto não se sabe ao certo se esses "Anarquistas" ou "Bagunceiros" protestam ou bagunçam , o que seria um preconceito de minha parte julga-los ; Se estão a protesto eu creio que fazem certo , o Brasil ainda não tem uma personalidade que lidere pessoas a protesto desta forma e botem medo no poder a tal ponto que um presidente possa renunciar se for o caso de muita corrupção , mas se for por pura bagunça eu vou usar das palavras que li no texto : " Idiotas sem causas ". é só .

    ResponderEliminar
  2. Acho que antes de fazer afirmações falsas e pré-conceituosas o comapanheiro deveria primeiramente se informar do que realmente é anarquia.Anarquia não é sinonimo de baderna,confusão ou caos, muito pelo contrário, anarquia é uma ideologia economica e política que visa o estabelecimento da ordem e das relações sociais por outros meios que tem por fim a erradicação de qualquer tipo de autoriadade ou hierarquia a partir do principio que nenhum homem tem direito de governar outro.
    As pessoas que estão envolvidas em protestos ou qualquer tipo de conflito sem nenhuma causa ou pela simples vontade de causar violencia não devem ser rotulados como anarquistas, pois não estão lutando pelos verdadeiros ideais da ideologia anárquica que visa a emancipação da classe trabalhadora e uma verdadeira mudança em diversos paradigmas nas esferas sociais, políticas, economicas e cuturais.
    Se realmente acredita que a anarquia não passou de idéias utópicas, impossíveis,as quais alguns baderneiros usam de desculpa para provocar tumultuo recomendo que se informe melhor de como que os anarquistas participaram na luta trabalhadora,como que dedicaram suas vidas pela luta revolucionária e da extrema importancia, política e social que teve ao longo da história.
    Espero que leia isso com alguma humildade para que reconheça como escreveu sobre idéias que não compreende, partindo de pressupostos e impressões pessoais falsas nas quais só conseguirá mudar se se informar sobre o que é anarquia e o que foi de fato.
    Se não tem humildade o suficiente para reconhecer isso é mais cego do que pensei e ninguem pode te ajudr

    ResponderEliminar