segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O fenômeno da dupla-personalidade

Este textinho é para falar sobre um assunto da atualidade. Quis escrevê-lo da maneira mais breve possível, sem me preocupar muito em encontrar argumentos e explicações. No entanto, seu sentido é bastante claro. Confira.

Amor robótico.

As pessoas já não constituem individualidades. O século XXI tem feito com que todas elas se tornem representações de si mesmas. O homem que hoje tem o seu perfil num sítio de relacionamentos deixa de viver em si mesmo e passa a manifestar-se por um organismo que está longe do seu coração. Este organismo pode comunicar e interagir num meio, mas não é dotado de sentimento. E é grave que os homens tentem confiar a ele toda a parte sentimental que rege a sua vida: seus desejos, suas alegrias, suas tristezas. É uma outra personalidade que se forma, muito distante do cerne do indivíduo. A essa personalidade é conferida parte da carga psíquica do sujeito, e o verdadeiro “eu” vê-se subtraído. O nosso século tem criado híbridos de planta e fantasma, seres frios, virtuais e fictícios, que mais se assemelham a máquinas e a robôs que a almas viventes.

3 comentários:

  1. Essa discussão me chama muita atenção, cara. Seria medo de sofrer? Medo do contato real? A virtualização das relações humanas tem destruído não só as relações sociais, mas a própria essência dos indivíduos. Somos avatares de nós mesmos... representações. Nada mais.
    Abraço!

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  2. Vitor, gostei do texto, eu concordo com você, o nosso século realmente nos fez seres frios e essa supressão dos sentimentos não é algo realmente bom, acho que deveria haver um certo equilíbrio.

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  3. Encontrei um texto num blogue cujo dono desconheço que apresenta, em outras palavras, a mesma idéia apresentada por este texto que escrevi. Achei-o interessantíssimo. Eis o seu primeiro parágrafo transcrito:

    "A rotina que se instaurou em nosso cotidiano nos torna cada vez mais próximos do robô, com ações programadas sem necessidade de pensar com todas as informações prontas e procedimentos estabelecidos, enquanto tenta-se humanizar os robôs, deixando-os com aparência e movimentos assemelhados aos nossos. É triste enxergar que a distância moral entre os seres humanos aumenta proporcionalmente à evolução intelectual."

    Se quiser conferi-lo na íntegra, clique no link a seguir.

    http://filosofiapoemasementes.blogspot.com/2010/09/mecanizacao-do-homemhumanizacao-do-robo.html#comments

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