sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O anti-naturalismo católico

“O sexo é um santuário, tanto é um santuário que Deus permitiu que ele governasse a encarnação. Proteger e preservar o sexo é obrigação e medida saneadora de distúrbios mentais.”
“Se as potências do homem na visão, na audição, nos recursos imensos do cérebro, vamos dizer, nos recursos gustativos, nas mãos, na dactilidade com que as mãos executam trabalhos manuais, nos pés, se todas essas potências foram dadas ao homem para a educação, para o rendimento no bem, isto é, potências consagradas ao bem e à luz, em nome de Deus, seria o sexo, em suas várias manifestações, sentenciado às trevas?”

Chico Xavier.




Existem na vida do homem três acontecimentos que são mais importantes que quaisquer outros. Dois deles, o primeiro e o último, não dependem da sua vontade, são o seu nascimento e a sua morte. O outro só pode ser realizado com o seu concurso, é a reprodução. Só a reprodução pode permitir a perpetuação da espécie. Nascer, morrer e reproduzir-se são, pois, as três principais coisas na vida do homem.
As religiões, assim que se habilitam a estabelecer postulados morais, o fazem com base na forma como reconhecem esses três acontecimentos. A lei divina que rege o mundo é única, mas cada religião a compreende à sua maneira, e é esta a origem das suas divergências.
Para o catolicismo, o prazer logrado no sexo é contrário à fé e corrompe a alma humana. No entanto, ao condenar o sexo, o catolicismo condena o mais nobre donativo ofertado por Deus ao homem.
O sexo foi a forma encontrada pelo Criador de unir as suas criaturas, as almas. É no sexo que duas almas podem mais profundamente demonstrar o amor que sentem uma pela outra; no seu ponto culminante, essas duas almas se encontram fundidas. Nenhum ser vem ao mundo sem que tenha sido originado pelo ato sexual. O sexo, por fim, tende a criar laços de afetividade não só entre os dois seres que o realizam, mas também entre os que são gerados por ele.
O sexo está, pois, na natureza, e nada possui de contrário à profissão da fé. A religião que o condena não pode estar em acordo com a lei divina. A doutrina pregada por essa religião afasta o homem do ideal proposto por Deus, em vez de o aproximar dele. Por outro lado, a que sabe reconhecê-lo de forma divinizada e o preconiza, conhece com maior precisão a lei que rege a natureza e está mais apta a conduzir o homem para mais próximo dos propósitos divinos.
O catolicismo, quando considerou o prazer sexual como “pecado”, instaurou a idéia do sexo como sendo anti-divino. A anti-divinização do sexo pelo catolicismo é a anti-naturalização da sua doutrina. O hinduísmo foi muito mais sábio quando criou um guia para o sexo,o Kamasutra.
É preciso que o mundo ocidental rompa com os preconceitos criados pelo catolicismo e que a humanidade passe a compreender o sexo por uma nova perspectiva. Assim ela será mais livre e consciente.

1 comentário:

  1. Muito bom esse post, concordo com tudo o que você disse.No entanto, acho que há sim, pecado no sexo, quando é banalizado e tratado do modo como vemos atualmente

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